É o defeito da visão mais frequente, sendo que a sua prevalência está a aumentar, provavelmente devido ao tempo crescente que dedicamos à visão de perto (livros, computador, tablets e smartphones).
A miopia ocorre quando o comprimento axial do globo ocular é ligeiramente mais longo ou a córnea é mais curva do que deveria ser. Isto significa que quando os raios luminosos se unem no ponto de focagem, este encontra-se ligeiramente à frente da retina. Assim, a imagem resultante fica desfocada. Um doente com miopia não consegue ver objetos distantes com definição, embora a sua visão de perto possa ser muito boa.
Existem diferentes graus de miopia: a mais leve até 3 dioptrias, a média entre as 4 e as 6 dioptrias e a alta para valores maiores que 6 dioptrias.

ALGUMAS NOTAS SOBRE A MIOPIA:
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Na patogénese da miopia há um componente genético importante, mas não pode ser considerada uma condição hereditária.
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Geralmente, a miopia aumenta durante a adolescência devido ao crescimento corporal que tipicamente ocorre neste período da vida.
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O uso excessivo da visão de perto ativa mecanismos de compensação ótica no olho jovem, que vão contribuir para o desenvolvimento da miopia.
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O olho míope tem um tamanho maior, geralmente alongado, razão pela qual é mais propenso a lesões retinianas.
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A diferença na miopia entre os dois olhos pode ser incomodativa, já que o cérebro lida com imagens de diferentes tamanhos (aniseiconia) com alguma dificuldade, muitas vezes suprimindo um dos seus olhos.
CORREÇÃO DA MIOPIA
A miopia leve (até 3 dioptrias) é corrigida com procedimentos de cirurgia ocular a laser. As técnicas PRK e Femto-LASIK podem oferecer uma correção segura e definitiva.
Para a miopia média (3-6 dioptrias), o Femto-LASIK é a primeira opção a ter em conta, para um resultado imediato e duradouro.
Para a miopia alta (acima de 6 dioptrias), a correção visual a laser é normalmente contra-indicada. Nestes casos, no entanto, é possível obter uma correção perfeita do defeito visual, através da implantação de lentes intra-oculares fáquicas.
CORREÇÃO A PARTIR DOS 50 ANOS
Neste grupo de doentes, uma vez que a função fisiológica do cristalino de focar para perto está afetada pelas alterações associadas à presbiopia, é possível corrigir o defeito visual atuando no cristalino. Através da lensectomia refrativa, o cristalino disfuncional e ligeiramente opacificado é substituído por uma lente intra-ocular, de forma a compensar o defeito visual do doente. Com esta intervenção também é possível corrigir a presbiopia graças à multifocalidade desses implantes.
RESULTADOS VISUAIS DEFINITIVOS
Atualmente, a tecnologia permite resultados duradouros e com uma qualidade visual superior à obtida com óculos e lentes de contato. Raramente, em doentes com alta miopia, pode ocorrer uma ligeira regressão da correção devido a um novo aumento do tamanho do olho. Nestes casos pode ser possível realizar um retratamento com laser ou substituir a lente intra-ocular fáquica implantada.